sábado, 8 de setembro de 2012

Prantos e lamentos




LÁGRIMAS  QUE  ROLAM

    Através delas eu sinto o sal da terra, o mesmo sal que é usado na unção do batismo, dá sabor aos alimentos, não permitindo que  as minhas lagrimas sejam insípidas.
   Descem lentamente, parecendo carregar consigo o peso da consciência, as dores dos lamentos, dos arrependimentos sem volta.
   Queimam a face dos nobres, dos envergonhados, avermelham os olhos, dos singelos, lavam a alma dos vencedores.
   São lagrimas no escuro, às escondidas, derramadas em secreto, exclusas da alma, expostas ao acaso, ao relento, cá entre Eu e Deus.
 Meu Deus! É minha a culpa, deixe que elas sequem ao vento, rompa o soluço intragado no peito e, leve consigo todo lamento desse desatino.
 Lagrimas aquecidas, evaporadas lentamente deixando sua pista,  logo vão te notar, alaga os olhos do menino  homem, que chora a falta do colo da mãe.
 Já não são apenas uma, vem aos tantos, aos prantos, parecem brotar dos grotões do fundo da alma, do lado avesso do coração.
 Umedece a cama, alaga o peito, transborda pro chão, pena que não germina, termina ali o seu ciclo ao evaporar.
 Nem  enlameia , transformam em  remelas  se não a secar,  até deslizar novamente,  sem  hora marcada, chega desferindo o seu golpe, seus pingos, soluços, murmúrios, lamentos, dores quem sabe, quando vão se passar.
Lagrimas de arrebento, vem das dores, da melancolia, dos desamores, do abandono, dos desalmados, dos dissabores, serve como  orvalho a pele, fino trato, tino triste.
Insistem em rolar, lagrimejam meu olhos, arrastam dilemas, findam em oceanos, abrem  crateras  profundas, formam suas ondas,  águas lentas e caudalosas, cenário perfeito para se afogar.
Lagrimas de Maria que chorou junto a cruz e ouviste do filho,mulher  porque que choras, de Madalena,  que com o pranto lavaste e com o cabelo secaste os pés do seu  salvador.
A criança de barriga vazia chora de fome, pais que abandonam os filhos, choram de vergonha, mães que vivem esse drama, derramam lagrimas de mulher sofredora.
Cada lagrima, um lamento, cada lamento uma história, cada história o seu fato, cada fato sua angustia, cada angustia a sua lagrima, cada lagrima seu sofrimento e assim se tem, si não tem chora lagrimas de um perdedor.

 

 Poema escrito pelo Profº  Rosalvo Silva Filho
 Formado em Ciências Físicas e Biológicas pela Faculdade Profº José a. vieira
 Latus Sensus em Saúde e Meio ambiente pela Universidade de Lavras
 Formação Acadêmica em Matemática pela Unioesp.

Um comentário:

  1. Escorre pela face uma lagrima, tem sabor diversos, melancolia, alegria, tristeza, arrependimentos, lamentos, seja qual for o seu sabor, são lagrimas que traduz o sentimentos, que transborda pelos olhos, cai no chão e fim, sabe lá qual a sua razão.

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