LÁGRIMAS QUE ROLAM
Através delas eu sinto o sal da terra, o mesmo sal
que é usado na unção do batismo, dá sabor aos alimentos, não permitindo que as minhas lagrimas sejam insípidas.
Descem lentamente, parecendo carregar consigo o peso da consciência, as
dores dos lamentos, dos arrependimentos sem volta.
Queimam a face dos nobres, dos envergonhados, avermelham os olhos, dos
singelos, lavam a alma dos vencedores.
São lagrimas no escuro, às escondidas, derramadas em secreto, exclusas
da alma, expostas ao acaso, ao relento, cá entre Eu e Deus.
Meu Deus! É
minha a culpa, deixe que elas sequem ao vento, rompa o soluço intragado no
peito e, leve consigo todo lamento desse desatino.
Lagrimas
aquecidas, evaporadas lentamente deixando sua pista, logo vão te notar, alaga os olhos do
menino homem, que chora a falta do colo
da mãe.
Já não são
apenas uma, vem aos tantos, aos prantos, parecem brotar dos grotões do fundo da
alma, do lado avesso do coração.
Umedece a cama,
alaga o peito, transborda pro chão, pena que não germina, termina ali o seu
ciclo ao evaporar.
Nem enlameia
, transformam em remelas se não a secar, até deslizar novamente, sem
hora marcada, chega desferindo o seu golpe, seus pingos, soluços,
murmúrios, lamentos, dores quem sabe, quando vão se passar.
Lagrimas de
arrebento, vem das dores, da melancolia, dos desamores, do abandono, dos
desalmados, dos dissabores, serve como orvalho a pele, fino trato, tino triste.
Insistem em
rolar, lagrimejam meu olhos, arrastam dilemas, findam em oceanos, abrem crateras profundas, formam suas ondas, águas lentas e caudalosas, cenário perfeito
para se afogar.
Lagrimas de
Maria que chorou junto a cruz e ouviste do filho,mulher porque que choras, de Madalena, que com o pranto lavaste e com o cabelo
secaste os pés do seu salvador.
A criança de
barriga vazia chora de fome, pais que abandonam os filhos, choram de vergonha,
mães que vivem esse drama, derramam lagrimas de mulher sofredora.
Cada lagrima, um
lamento, cada lamento uma história, cada história o seu fato, cada fato sua
angustia, cada angustia a sua lagrima, cada lagrima seu sofrimento e assim se
tem, si não tem chora lagrimas de um perdedor.
Poema escrito pelo Profº Rosalvo Silva
Filho
Formado em Ciências Físicas e Biológicas pela
Faculdade Profº José a. vieira
Latus
Sensus em Saúde e Meio ambiente pela Universidade de Lavras
Formação Acadêmica em Matemática pela Unioesp.
Escorre pela face uma lagrima, tem sabor diversos, melancolia, alegria, tristeza, arrependimentos, lamentos, seja qual for o seu sabor, são lagrimas que traduz o sentimentos, que transborda pelos olhos, cai no chão e fim, sabe lá qual a sua razão.
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