sexta-feira, 15 de julho de 2011

deixe o amor falar

                          
Deixe o amor falar

         A vida nem sempre nos permite uma segunda chance, se compreendessemos  as magias das palavras narradas ou escritas, nós professores usaríamos mais o nosso tempo buscando prosas, que despertassem a atenção dos nossos alunos.
        Comovendo-os, tocando o seu âmago, muitas vezes feridos no intimo da sua existência, na sua interação com o mundo por falta de referenciais, de pessoas que enxergue neles valores, rompendo com as subjetividades do currículo escolar.
        Sei que para isso é preciso deixarmos de lado, conceitos, fórmulas, regras, permitiríamos que eles fossem sujeitos, mentores da sua historiografia escolar.
       Imaginem esses meninos deixando de ser sujeitos ocultos passando a protagonizarem, liberando as suas vocações em pról do coletivo escolar através de debates inter-escolares.
       Debates sistematizados contendo temas variáveis, que oportunizassem a todos a igualdade de acesso ao saber, que o aprender não fosse tolhido, que demonstrássemos a eles as razões da aprendizagem, que é o saber para fazer, o saber para aprender a competir, o saber para demonstrar que o ser  sábio é aquele capaz de resolver situações problemas, improvisar quando for necessário,  criar alternativas e apontar soluções.
        Pense num modelo novo de educação, onde os  professores possam estimular os seus alunos     a dominar os conteúdos  conhecendo as peculiaridades temáticas exaurindo as   generalidades.   
        Refiro-me aos saberes das áreas das humanas, biológicas e das exatas  da forma que   os         seus significados sejam significantes, não  apenas teorias mas também o uso prático nas defesas  dos temas, das abordagens, no uso da oralidade concisa, na precisão dos fatos recorrentes ao debate de idéias,cujo objetivo será o de convencer o júri, formados por representantes das instituições escolares, da Imprensa, das Universidades,  do MEC, e da FIESP.
        Imagino um debate entre escolas como se fosse um tribunal de júri, onde os alunos passam de figurantes a protagonistas, com a sua desenvoltura terá que convencer o júri demonstrando clareza e objetividade na temática previamente sorteada.
        Daí a necessidade de montar equipes heterogêneas, nas diversas áreas do conhecimento.
           “Nós professores temos permitidos que muitos falem sobre a educação, mas poucos destes vivenciam ou vivenciaram a Educação Básica, Fundamental ou Média, esse é o nosso cotidiano e nada ousamos. Causar mudanças é acreditar nas possibilidades, sem temer os riscos e os erros.
            Afinal somos ou estamos professores? Lembre-se, é nos lamaçais  que encontramos os lírios, e as orquídeas tão raras fostes se não houvesse um tronco hospedeiro”           

Artigo escrito pelo Profº  Rosalvo Silva Filho.
Formado em Ciências Físicas e Biológicas pela Faculdade Profº José A. Vieira.
Latus Sensus em Saúde e Meio ambiente pela Universidade de Lavras.
Formação Acadêmica em Matemática pela Unioesp.

 

Mártires e martírios

                                                                   
                                                        Mártires e Martírios

     Ei tá! Pôvo sofrido nem assim perdem as suas esperanças, cada dia mais estou convicto do papel que o professor deve exercer em uma sociedade de consumo. Há quanto tempo temos ouvido falar em despoluição do rio Tietê, e até agora nada de despoluí-lo, o governador acaba de anunciar obras de desassoreamento da calha do rio, e o material retirado dali será despejado na lagoa de Carapicuíba.
    Mais uma vez o filme irá se repetir, como aconteceu em março de 2007, quando deu inicio ao projeto de soterramento de parte da lagoa onde foi edificado o prédio da Fatec e da faculdade nossa Carapicuíba.
    A previsão é desassorear 41 km, cerca de 27 milhões/m³ do rio e despejar o barro retirado na lagoa de Carapicuíba, Segundo o secretário recursos hídricos Edson Giriboni, a lagoa não será poluída porque o material ali despejado será descontaminado. A obra terá o custo de 107,6 milhões de reais, e durarão 20 meses.
     Durante cinco décadas está lagoa serviu como porto de areia. No ano de 1969 até serviu como roteiro para o filme de Roberto Carlos, ritmos de aventura, no futuro não passará de um espelho d’água, do parque que está sendo construído naquele local.
     Preocupo-me com duas coisas, em 2007, estava previsto para ser depositado na lagoa de Carapicuíba materiais inertes, ou seja, restos de materiais advindos da construção civil, no entanto não foi o que ocorreu. Lá foram depositados materiais sedimentados retirados da calha do rio Tietê e despejado in natura na lagoa, causando a morte de várias espécies de peixes e da fauna aquática.
     Além disso, até quando iremos presenciar o rio Tietê servindo como recurso especulativo,
Sendo fonte de desvios de verbas, investimentos bilionários. A pelo menos quarenta anos vêem se investindo na despoluição do rio Tietê, e o que temos visto, é um rio que serve de verdadeiro esgoto a céu aberto, onde é lançado detritos, dejetos e objetos de toda natureza.
     Enquanto os municípios por onde o rio desenvolve seu curso, não se preocuparem com o saneamento básico, estabelecendo suas estações de tratamento dos esgotos domésticos e industrial, evitando que sejam lançados no rio, esgotos in-natura, não teremos o rio despoluído.
     O governo federal tem oferecido convênios aos estados e municípios, subsidiando, 70% das infraestruturas redes de saneamento, com o objetivo de alcançar a meta de até 2025, o país está com 80% do seu saneamento básico executado.
     Quem viu a represa de Carapicuíba nos anos 70 e vê-la hoje se surpreende, pois aos poucos ela vai deixando de existir, assim como desapareceu o parque Jardim dando espaço aos prédios da COHAB. Ou o bosque onde havia várias árvores frutíferas, que acabou dando espaço ao hipermercado extra.
     Jamais me oporei ao desenvolvimento, mas sempre me indignarei a falta de ações planejadas e calculadas. É possível desenvolver-mos sim, sem que haja derrubadas impactantes de árvores, é possível despoluir os rios, em especial o rio Tietê, mas antes de aprofundar as suas calhas para que haja vazão das águas pluviais, porque não fazer as estações de tratamento de esgotos.
     Recentemente saiu publicado em um semanário que a cada R$1,00, investido em saneamento, economizam-se R$ 4,00 em tratamento á saúde, por moléstias infectocontagiosas.
     Digo mais, porque o CDHU, (companhia de desenvolvimento urbano), órgão ligado ao governo estadual, responsável em promover os projetos de moradias às famílias de baixa e média renda, ou seja, de 1 a10 salários mínimos, já não pensam para os futuros projetos independentemente dos padrões, da reutilização das águas pluviais, das águas das pias, dos banhos e lavanderias sendo utilizadas nas descargas dos banheiros.
     O bom político não necessita de grandes obras, túneis, pontes, viadutos, para tornar-se um mártir, basta mobilizar e disponibilizar idéias em prol de um ideal comum, onde o povo sinta que seus interesses, o interesse de uma coletividade venha ser atendido, caso contrario só nos resta o martírio, aguardando pela  próxima eleição.
 
Artigo escrito pelo Profº Rosalvo Silva Filho
Formado em Ciências Físicas e biológicas pela Faculdade Profº José A. Vieira.
Latus Sensus em Saúde e Meio Ambiente pela Universidade Lavras.
Formação acadêmica em Matemática pela Unioesp.


A missão de ensinar e aprender

     
                                            A missão de ensinar  e de aprender

      A muito tempo nós professores da rede publica, sendo ela municipal ou estadual estamos questionando qual é o real papel das escolas dentro de uma sociedade de consumo, onde cada dia mais o ser fica em segundos planos e o ter torna-se uma predileção.
      Diariamente nós travamos uma batalha em nossas aulas para sobrepor as  inversões de valores que de modo desumano é explicitado pelos veículos de comunicação.
      Rotineiramente, flagramos  os nossos alunos reproduzindo, atos ou ações alusivas as  bases de sustentação do modo servil, onde a pessoa humana deixa de ser o principal agente, passando de protagonista a coadjuvante
      A escola publica que traz no seu currículo um histórico repleto de conquista e avanços, vê as dificuldades de trabalhar a moral, a ética e a disciplina, princípios básicos à formação de cidadania e do desenvolvimento de um povo.
      Tendo em  vista que os alunos, peças principais da interação entre o conhecimento e aprendizagem pouco se dedicam a essa tarefa, quando o fazem, demonstram  um total desconhecimentos  dos fatos históricos e contemporâneos. Há um fato que explica, mas não justifica tal apatia, são as facilidades virtuais com a qual se obtêm, determinadas informações.
      Hoje na era da informação, um jovem de quatorze anos, absorve uma quantidade de informação correspondente a um período de vida de 40 anos, se compararmos com os jovens dos anos 60 e 70. Com isso criamos uma sociedade sem registro, sem identidade, sem perfil social, marcados pelas megalomanias, ou seja, a extravagância toma lugar do simples e pitoresco.
       Este dado implicará diretamente entre a sociedade de conhecimento e consumo e a especiação humana de alienação cultural. Esta ponderação explica  porquê os jovens possui uma memória tão volátil, cuja capacidade de absorver a informação e contextualiza - lá, tornou-se ineficaz. Talvez a facilidade, o acesso as informações, fez com que estes jovens não necessitem memorizar formulas, teorias, teoremas, regras, conceitos e métodos.
        Saudosa escola publica que um dia serviu como base na formação do intelecto coletivo,  local onde os jovens freqüentavam com afinco, pois ali  iniciavam as aspirações para uma sociedade desenvolvida, galgadas na sapiência, onde o individuo tinha a real certeza de que sairia do curso secundário com uma base de formação voltada tanto para o desenvolvimento cientifico quanto para as ciências sociais.
      Época marcada pelo crescimento das industriais nacionais (Indústrias reunidas Francisco Matarazzo, Fabrica nacional de motores, companhia siderúrgica nacional, Cosipa etc.) do desenvolvimento do agronegócio, Ceasa, Cobal, Cooperativa agrícola de Cotia (CAC), momento em que o homem do campo não era visto apenas como um caipira, mas também um produtor.
      Portanto, estes jovens dificilmente serão autores de proezas  históricas, sairão as ruas reivindicando, questionando promovendo atos e ações contrárias. Suas manifestações serão cibernéticas, descontextualizadas e pragmáticas.
     
Artigo escrito pelo Profº Rosalvo Silva Filho.
Formado em Ciências Físicas e biológicas pela Faculdade Profº José A.Vieira.
Latus Sensus em Saúde e Meio Ambiente pela Universidade Lavras.
Formação acadêmica em Matemática pela Unioesp.