Mártires e Martírios
Ei tá! Pôvo sofrido nem assim perdem as suas esperanças, cada dia mais estou convicto do papel que o professor deve exercer em uma sociedade de consumo. Há quanto tempo temos ouvido falar em despoluição do rio Tietê, e até agora nada de despoluí-lo, o governador acaba de anunciar obras de desassoreamento da calha do rio, e o material retirado dali será despejado na lagoa de Carapicuíba.
Mais uma vez o filme irá se repetir, como aconteceu em março de 2007, quando deu inicio ao projeto de soterramento de parte da lagoa onde foi edificado o prédio da Fatec e da faculdade nossa Carapicuíba.
A previsão é desassorear 41 km , cerca de 27 milhões/m³ do rio e despejar o barro retirado na lagoa de Carapicuíba, Segundo o secretário recursos hídricos Edson Giriboni, a lagoa não será poluída porque o material ali despejado será descontaminado. A obra terá o custo de 107,6 milhões de reais, e durarão 20 meses.
Durante cinco décadas está lagoa serviu como porto de areia. No ano de 1969 até serviu como roteiro para o filme de Roberto Carlos, ritmos de aventura, no futuro não passará de um espelho d’água, do parque que está sendo construído naquele local.
Preocupo-me com duas coisas, em 2007, estava previsto para ser depositado na lagoa de Carapicuíba materiais inertes, ou seja, restos de materiais advindos da construção civil, no entanto não foi o que ocorreu. Lá foram depositados materiais sedimentados retirados da calha do rio Tietê e despejado in natura na lagoa, causando a morte de várias espécies de peixes e da fauna aquática.
Além disso, até quando iremos presenciar o rio Tietê servindo como recurso especulativo,
Sendo fonte de desvios de verbas, investimentos bilionários. A pelo menos quarenta anos vêem se investindo na despoluição do rio Tietê, e o que temos visto, é um rio que serve de verdadeiro esgoto a céu aberto, onde é lançado detritos, dejetos e objetos de toda natureza.
Enquanto os municípios por onde o rio desenvolve seu curso, não se preocuparem com o saneamento básico, estabelecendo suas estações de tratamento dos esgotos domésticos e industrial, evitando que sejam lançados no rio, esgotos in-natura, não teremos o rio despoluído.
O governo federal tem oferecido convênios aos estados e municípios, subsidiando, 70% das infraestruturas redes de saneamento, com o objetivo de alcançar a meta de até 2025, o país está com 80% do seu saneamento básico executado.
Quem viu a represa de Carapicuíba nos anos 70 e vê-la hoje se surpreende, pois aos poucos ela vai deixando de existir, assim como desapareceu o parque Jardim dando espaço aos prédios da COHAB. Ou o bosque onde havia várias árvores frutíferas, que acabou dando espaço ao hipermercado extra.
Jamais me oporei ao desenvolvimento, mas sempre me indignarei a falta de ações planejadas e calculadas. É possível desenvolver-mos sim, sem que haja derrubadas impactantes de árvores, é possível despoluir os rios, em especial o rio Tietê, mas antes de aprofundar as suas calhas para que haja vazão das águas pluviais, porque não fazer as estações de tratamento de esgotos.
Recentemente saiu publicado em um semanário que a cada R$1,00, investido em saneamento, economizam-se R$ 4,00 em tratamento á saúde, por moléstias infectocontagiosas.
Digo mais, porque o CDHU, (companhia de desenvolvimento urbano), órgão ligado ao governo estadual, responsável em promover os projetos de moradias às famílias de baixa e média renda, ou seja, de 1 a 10 salários mínimos, já não pensam para os futuros projetos independentemente dos padrões, da reutilização das águas pluviais, das águas das pias, dos banhos e lavanderias sendo utilizadas nas descargas dos banheiros.
O bom político não necessita de grandes obras, túneis, pontes, viadutos, para tornar-se um mártir, basta mobilizar e disponibilizar idéias em prol de um ideal comum, onde o povo sinta que seus interesses, o interesse de uma coletividade venha ser atendido, caso contrario só nos resta o martírio, aguardando pela próxima eleição.
Artigo escrito pelo Profº Rosalvo Silva Filho
Formadoem Ciências Físicas e biológicas pela Faculdade Profº José A. Vieira.
Latus Sensus em Saúde e Meio Ambiente pela Universidade Lavras.
Formado
Latus Sensus em Saúde e Meio Ambiente pela Universidade Lavras.
Formação acadêmica em Matemática pela Unioesp.
Nenhum comentário:
Postar um comentário