O Brasil em nossas mãos

           A NOSSA INDEPENDÊNCIA AINDA TÃO DEPENDENTE

 Já não somos mais dependentes de pátria alguma, finalmente fomos emancipados e as nossas riquezas não são mais expropriadas. Este fardo não nos incumbe mais, somos livres, soberanos e libertários para fazer as nossas próprias escolhas, mesmo quando estas são danosas, o prazer em fazê-las nos sustenta impávido e cheio de esperança de quem sabe um dia, possamos tudo resolver.

   Nossos filhos nasceram independentes e são emancipados aos dezoito anos. Eles terão uma vida toda pela frente para encontrar lugar ao sol, isso muito nos assusta, pois sabemos pátria querida, que nem a todos os filhos teus, tu estendes as mãos.

   Tornar-se independente e ter a liberdade de fazer as próprias escolhas, tornou-se possível a partir da nossa independência. No entanto embora tenhamos esta soberania de direito, falta-nos ainda, a de fato.

   De nada adianta as descobertas das jazidas de petróleo na camada do pré-sal, se os nossos problemas estão bem acima, na superfície terrestre. Ainda há crianças sem escolas, há pais sem ganhar o pão, nossos jovens não sabem a importância de estudar, não sentem prazer em fazê-lo, falta-nos definição, pois nos oferece o horizonte, mas não nos mostra aonde quer chegar.

   As tuas conquistas pátria querida, se reduz ao esporte, o nosso povo só se revigora quando, vê em campo a seleção brasileira na disputa da copa sendo campeã, prata e bronze não adianta, assim como ser vice não enobrece em nada, só serve se for ouro.

   Paga-te um preço muito alto, afinal suas dividas não são saldadas a algum tempo com os teus filhos, e cada ano aumenta mais essa tua ingratidão. Homens e mulheres não lhe prestam ouvidos quando tu pronuncias a nação, é que tu não tens assistido os teus pobres cidadãos.

   Sonhos são dissipados a procura do vil metal, oferece pelas loterias prêmios paradoxal, instigando a cobiça entre o seu povo, os nobres nem sei se apostam, mas os teus filhos abastados, fazem delas solução. Oculta tão bem os teus problemas, o pobre se acha azarado pensando até que não é o seu dia de sorte, mas quem sabe um dia será tornando-se um circulo vicioso e levando os indulgentes a apostar.

   As duras penas a nossa sociedade tem muito a evoluir para que, possamos um dia quem sabe dizer: "Conquistarmos a nossa independência de fato". Há a necessidade de resgatar o orgulho nacional, e aqui vale salientar que, o orgulho de sermos brasileiro não só em época da final de uma copa do mundo, onde percebemos uma grande comoção nacional, onde todos se travestem com as cores da nossa bandeira.

   Este mesmo ímpeto haveria de ser com muito mais ênfase, em maior escala entre os homens, mulheres e crianças, todos deveriam expressar o orgulho em ser brasileiro, enfocando o nacionalismo como uma virtude de um povo cuja soberania é latente.

    Haveremos de fazer alguns ajustes disso não temos duvidas, mas ajuste algum não poderá ter se não houver envolvimento e participação das camadas populares. Dê nada adianta a descoberta e a extração do petróleo nas camadas do pré-sal, de promovermos a copa do mundo, as olimpíadas, os jogos pan-americanos, se o povo não for corresponsável por essas ações.

   Lembremo-nos das ocasiões quando acordávamos nas manhãs de domingo para juntos conduzir um carro de fórmula 1, juntos com Airton Senna até o pódio, quanto orgulho em vê-lo empunhando a nossa Bandeira fazendo-a tremular, ou quando ele a balançava no ponto mais alto.

   Temos ainda alguns fatores que nos privilegia como: geograficamente estamos muito bem situados, não temos vulcões ativos, não temos fenômenos naturais avassaladores e nem grandes catástrofes.

   O povo brasileiro é pacifico, não tem conflitos religiosos, embora aqui tenhamos várias denominações religiosas, não vivenciamos conflitos raciais, embora tivéssemos vivido a escravidão, não constatamos aqui atos de violências terroristas, apesar de termos sofrido com o golpe militar.

   Nossas crises trata-se, além da falta de identidade, também de uma crise sociocultural, afinal o povo brasileiro foi colônia da monarquia Portuguesa, e ainda hoje paga o preço pela sua autonomia. Esse é o resquício deixado pelo Brasil imperial.

   Teus filhos pátria amada andam sedentos em transformá-la, acabe de vez com esta situação, venha ser essa nação, deixe de lado a chuteira e a bola investe em livros e escolas, tu és o país do futuro, enche o teu povo de orgulho, dê a eles condições, só assim saberás de fato o que é ser independente.

Artigo escrito pelo Profº Rosalvo Silva Filho

Formado em Ciências Físicas e Biológicas pela Faculdade Profº José A. Vieira

Latus Sensus em Saúde e Meio ambiente pela Universidade de Lavras
Formação Acadêmica em Matemática pela Unioesp.