quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Àguas que se precipitam


                        CHUVA MIÚDA, ÁGUAS DA SALVAÇÃO    

     Cai sobre minha cabeça, refresca o meu corpo, mata a minha sede e leva essa angústia. Mal estava conseguindo respirar, não imagina o quanto estava  a lhe aguardar.
     O arvoredo lá fora trêmula as suas folhas, como quem comemora  sua chegada, nos seus galhos um bando de pardais  em um coro uníssono, cantando e bailando de felicidade.
     Precipita, desliza morro abaixo arrastando tudo a sua frente, mostrando sua impetuosidade como quem diz, demorei mais cheguei,  vou lavar toda sujeira que o tempo e o homem querem  deixar para tráz, enfeiando a natureza.
     Que bom que veio, todos os dias fitava o horizonte cinzento e perguntava aonde esta porque não vem umedecer o ar, molhar as plantas, aguar o solo para que as sementes germinem.
     Arrebenta suas gotículas no vidro da janela do quarto, torna-o cinza, azulado deixando-me ver o horizonte. Bem  longe avisto o monte que a muito tempo não via.
     A brisa que toca o meu rosto trás o seu frescor, o cheiro de terra e orvalho se espalham pelo ar, o clima se faz ameno, a noite vem com sereno, hoje durmo, sonho, relaxo, chega de tempo seco.
     Vem chuva molhar nossos corpos, refresca minha alma, acalma o ímpeto,    porque o seu conteúdo é fundamental à toda vida da terra.
     Inverno quente, natureza mexida, rebuscada pelo homem, exploram todo o seu potencial e ainda cuidam mal, de onde tiram os seus sustentos.
     Sofremos todos, sofro eu, sofre você, sofre o nativo, as plantas, os animais, tudo por causa do extrativismo, pela falta de civismo. Poluem, ignoram-na, mas de vez em quando, vem à tona e mostra quem de fato manda.
     Quero vê quem faz a estiada findar em chuva, se a própria natureza não precipitar suas gotas sobre nós.
     Bem alto ouvem-se os gritos, meninos, jovens e adultos a louvam, teu barulho é ensurdecedor, trovoadas e relampejos constantes, é festa nos Céus, é fogos no ar.
     Todos querem te comemorar, águas que vem do alto, chuva de inverno, chuva miúda, águas da salvação, lava o meu corpo, mata a minha sede, não deixa secar a fonte, infiltra solo adentro,  limpa o Céu cinzento, clareia o horizonte, torna o nosso dia mais azul.

    Artigo escrito pelo Profº  Rosalvo Silva Filho
    Formado em Ciências Físicas e Biológicas pela Faculdade Profº José a. vieira
    Latus Sensus em Saúde e Meio ambiente pela Universidade de Lavras
    Formação Acadêmica em Matemática pela Unioesp.

                                          

Um comentário:

  1. Umideça o ar pra que possamos respirar o aroma do vento;
    Precipita sobre nossa cabeça, lava o nosso rosto, remova o pó do tempo;
    Limpa o horizonte cinzento, dose as aguas dos rios, inunde o leito do mar;
    Corra pelos grotões da terra, molhe a o solo acabe de vez com a sua aridez.
    Agua tão esperada, prenuncio das bençãos de Deus sobre a terra,regando o seu jardim favorito.

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