sexta-feira, 27 de abril de 2012

Eternamente em nossos corações


                                            AS NOSSAS MÃES E MARIAS

   Gostaria muito de fazer-me compreendido usando a magia da escrita, para transmitir ao leitor toda minha gratidão e a afeição profunda que tenho por esta mulher. Sei que não sou poeta, muito menos escritor, por isso há a preocupação em traduzir em escrita os meus sentimentos.
   Ontem me via criança, corria, pulava, brincava, caia e machucava, e ela sempre estava ali como o meu ancoradouro, meu porto seguro, se algo desse errado lá estava pronta para me socorrer. Hoje homem maduro, sempre que posso, vou em sua casa buscar acalanto, esvaziar um pouquinho deste aperto sôfrego no meu coração.
   Lembro-me com saudades dos tempos que já se foram! Restam apenas boas recordações. Quantas coisas você me ensinou mamãe, me fez entender que para sermos felizes não há necessidade de termos tudo que sonhamos, mas simplesmente temos que sonhar com tudo que temos e em regozijos agradecer pelas bênçãos recebidas e graças alcançadas.
   O tempo senhor dos nossos dias, abre lacunas profundas em nossas memórias e em meio a este vazio, fica minhas lembranças do tempo de criança, quando olhava para o céu vendo um avião sobrevoando os ares, e eu lhe dizia. – Quando eu crescer vou ser piloto de avião, e lhe darei um montão de coisas, geladeira, fogão, televisão, sofá. Enfim, fazia uma lista de coisas que pretendia lhe dar, tudo isso para demonstrar o meu amor e minha gratidão pela senhora.
   Mas felizmente não sou piloto de avião, tenho fobia à altura e, às vezes em que viajei num, mesmo estando próximo da janela neguei-me em olhar para fora, assim o pânico, o medo, jamais se apoderaram de mim.
   Os teus presentes até hoje não os dei, e a senhora mamãe, fez-me ver que o melhor presente que um filho pode dar as mães é, sendo um bom filho, pois sendo um bom filho será também um bom pai.
   Eu levo comigo por todos os cantos, o respeito ao próximo, a obediência às coisas divinas, o amor pela família, à honradez de zelar pelo nome que a minha mãe e o meu saudoso pai me deram.
   Meus valores não são materiais como tantas outras pessoas os têm. Os meus objetivos não são em pecúnias e sim em bem querer a um irmão, consanguíneo ou de fé, pois foram os valores que a senhora fizera nascer dentro de mim, logo cedo dando-me a personalidade que tenho.
   Quantas vezes eu vi a minha mãe compartilhar os nossos alimentos com os nossos vizinhos, este gesto serviu como referencial em minha vida, tanto para mim como para os meus irmãos. E esse ciclo de amor ao próximo não se encerra em nós, pois tenho certeza que estes ensinamentos há de proliferar com os nossos filhos e netos. E porque não em nosso ambiente de trabalho ou nos lugares onde moramos?
   Eu só temo mãe o tempo, este sim é implacável, sei que quanto mais dias eu vivo ao teu lado mais e mais eu quero viver, quanto mais eu fixo meus olhos em você, mais e mais quero ver-te. Sou feito um zangão e a flor, necessito do seu néctar (amor), para que possa viver em felicidade.
Tenho a exata noção do teu significado em minha vida, daí a preocupação com o tempo, sei que a eternidade é confim onde os corações se arrebentam, embora o amanhã não nos pertença. Tenho a pretensão dele compartilhar, junto com a senhora em todos os instantes que haveremos de ter.
   Em meus dias a tua presença é marcante, hoje quando olho para a senhora sinto-me culpado por cada ruga do teu rosto. Se eu pudesse voltar ao tempo, quantas coisas eu mudaria, viveria intensamente para você mamãe, não lhe causaria preocupações, não a deixaria esperando até tarde da noite pela minha chegada.
   Mas como não posso voltar o tempo, ainda tenho tempo de contar ao mundo que todas as mães trazem consigo o amor de Maria, mãe de Jesus. Todas elas sofrem caladas, esperando teus filhos. Todas as mães choram em silêncio de preocupação, se pudessem jamais deixariam os teus filhos partirem para o mundo, pois sabem que neste, muitos filhos já se perderam, num caminho sem volta, deixando pra traz a dor o desespero, os lamentos, aumentando ainda mais os sofrimentos aos corações de suas mães.
   Senhor meu Deus olhai por estas mães, Marias ocultas em teus próprios calvários, tendo como teus carrascos os teus filhos ingratos, por não entenderem o coração de uma mãe. Perdoa- me mãe pelos momentos que lhe causei preocupação, contrariando o teu coração, que apenas queria desse seu filho cuidar.

          Artigo escrito pelo Prof. Rosalvo Silva Filho Formado em Ciências
          Físicas e Biológicas pela Faculdade Prof. José A. Vieira.
          Formação Acadêmica em Matemática pela Unioesp.
          Latus Sensus em Saúde e Meio Ambiente pela Universidade de Lavras.

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