segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Minha crônica " aconteceu comigo"

Ainda assim continuarei acreditando no bom senso (parte ll)

- Ó moça! Que isso parece que tá louca, olha ai o que você fez com o carro do meu filho, que isso meu filho nunca bateu o carro dele e você abri a porta sem olhar em tempo de se machucar, onde você tá com a cabeça minha filha.
A moça então pôs- se a pedir perdão, pedir desculpas, falou que a porta havia escapado da sua mão, falou que havia olhado e não viu que eu estava vindo, disse-me que era uma pessoa de boa índole, deu-me o endereço da sua casa, o numero do telefone e do celular, comentou que ali naquela igreja todos a conhecia, que eu pudesse ficar tranquilo. Eu vendo o seu nervosismo tratei de contemporizar, pedi para que o pai dela ficasse ali junto dela, pedi que a minha se acalmasse, embora tenha ficado muito tenso quando vi de fato o estrago causado no meu veiculo, assim mesmo procurei não passar aos demais a minha tensão, confesso não sabia o que fazer, nem me ocorreu em fazer ocorrência até porque diante de tantas suplicas, acabou me comovendo, ainda mais quando o pai dela um senhor de cabelos grisalhos, disse-me pode levar a uma oficina da sua confiança, minha filha não deixará o senhor na mão não.
Então entendendo que estávamos conversados fiquei de ligar para ela no dia seguinte, depois de orçar os serviços na concessionária, e assim o fiz o consultor da Wv, orçou em R$ 3200,00, disse que o para-lama deveria ser trocado bem como a capa dele, o farol, a porta e o capuz seriam desamassados, pois ambos sofreram avarias.
Com o orçamento em mãos tratei de ligar para a moça, para minha surpresa a mulher integra de boa índole do dia anterior, havia dado lugar à outra, debochada, arrogante e irônica. Assim como abrira a porta do carro instintivamente, desta vez ao invés da porta abrira a boca, é lógico que não de maneira instintiva, mas sim de forma intuitiva, dizendo que pensou direitinho e ela não era a única culpada, por que afinal ela estava parada, e eu estava em movimento, portanto quem deveria estar mais atento seria eu.
Além disso, frisara se eu estava imaginando que ela tinha algum dinheiro, se tivesse não estaria andando de fiat uno 2004, para pagar os serviços do meu carro ela teria que vender o dela, disse trabalhar como promotora de vendas e não era professora, que ganhava somente R$ 600,00.
Estava atônito, porque apesar de todas as prerrogativas, acreditei que de fato estaria tratando o assunto com uma mulher responsável e coerente com suas atitudes, em momento algum poderia imaginar que alguém se põe como evangélica ainda, demonstrou ser honesta o seu próprio pai assim o dissera.
Ainda na segunda feira antes de deitar-me pedi a Deus que me desse sabedoria e inteligência para que eu pudesse encontrar uma saída onde nem eu nem a causadora do acidente sentíssemos lesados.
Na terça feira consultei o valor da franquia R$ 1700,00, estava disposto mesmo a perder as bonificações adquiridas ao longo desses 6 anos da seguradora, eu além de esta preocupado em arrumar o meu carro, tinha uma outra preocupação como ela arrumaria o carro dela, foi dai que pensei em mentir para a seguradora, dizer que fui eu o causador do acidente, diria que não vi a porta do carro dela aberta por distração então acabei esbarrando-se contra a porta.
Bem, me veio o alivio que eu pleiteei a Deus, bastava agora ligar para a moça e combinar com ela essa estória, ela arcaria com a franquia e pronto, estaria o meu caro e o carro dela beneficiados pela seguradora, assim sendo ninguém iria sentir-se prejudicado. Assim o fiz liguei e falei pra ela o que havia me ocorrido, ela pediu-me um tempinho, podia ouvir que ela estava falando no rádio com alguém, foi quando ela veio ao telefone e falou. - olha parece que o senhor não esta entendendo acho que eu vou ter que desenhar, eu já lhe disse que não tenho dinheiro, que o meu salário é R$600,00, eu tenho dois filhos, sou sozinha e afinal eu não sou a única culpada afinal eu estava parada sobre a calçada e o senhor estava numa velocidade exagerada para aquela rua.
Eu já havia entendido tudo, ela em conluio com outra pessoa estava querendo arrumar uma forma dê-se eximir da culpa, nem que para isso fosse preciso mentir, foi ai que eu lhe disse, olha senhora, eu então estarei bastante tranquilo quanto a decisão que irei tomar, pois havia-lhe feito uma proposta ao meu ver um tanto convincente e você acabou de recusa-la, a partir de então eu não iria procura-la mais e assim o fiz, fui até a guarita da policia militar mais próxima do meu local de trabalho e instaurei o boletim de ocorrência, na quarta entrei em contato com a seguradora, abri o sinistro como assegurado, na quinta feira fui levar o meu carro na concessionária. Hoje dia 14 de Dezembro as 16h35min entrei em contato com a concessionaria para saber se a seguradora já havia ido fazer a vistoria e confirmaram que sim fizeram ontem e hoje já deram a liberação, provavelmente este ano ainda ficara pronto o meu automóvel. Embora houvesse todos esses transtornos, continuo acreditando no bom senso e nas pessoas de boa fé, aprendi que o integro não se auto intitula como tal o que denota a integridade são as nossas ações.
Ainda assim continuarei acreditando no bom senso e, na existência de pessoas de boa índole, embora tenha me ocorrido esse fato, nada disso tirara o brilho do meu natal e as esperanças de um ótimo ano nascente.

Crônica escrita pelo Prof. Rosalvo Silva Filho

Um comentário:

  1. Desse episódio tirei um aprendizado, quem é de boa índole. não sai por ai auto se intitulando ser de boa índole.

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