terça-feira, 26 de abril de 2011

A História do 1º de maio

    
A história do 1ª  de maio
  O dia 1º de maio deve ser um dia de bastante comemoração, e devemos sempre ressaltar que este dia não foi deliberado pela classe patronal e sim uma conquista através da luta do operariado, doando seu suor e sangue, houve até enforcamento e prisões perpétuas no sec.XVlll.   
  Em 1886 Chicago o principal centro industrial dos Estados Unidos  foi palco de uma intensa greve operária. Milhares de trabalhadores foram às ruas para protestar contra as condições desumanas de trabalho que eram submetidos reivindicavam,  redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. Naquele dia, manifestações, passeatas, piquetes e discursos movimentaram a cidade. Mas a repressão ao movimento foi dura: houve prisões, feridos e até mesmo mortos nos confrontos entre os operários e a polícia.
 Como já de praxe, a imprensa patronal chamava os líderes operários de anarquistas, preguiçosos e baderneiros que buscavam criar desordens. Organizou-se uma  passeata pacífica, composta de trabalhadores, desempregados e familiares, para mostrar que a greve era justa e, desmistificar o rótulo dado pela imprensa.
  Por todo o trajeto havia policiais posicionados, inclusive em cima dos prédios próximo ao local onde iriam realizar um grande comício. Os oradores Spies, Parsons e Fieldem pediram a união e a continuidade do movimento.
  No final da manifestação um grupo de policiais atacou os manifestantes, espancando-os e pisoteando-os. Uma bomba estourou no meio dos guardas, uns 60 foram feridos e vários morreram. Reforços chegaram e começaram a atirar em todas as direções. Centenas de pessoas de todas as idades morreram. A repressão foi aumentando num crescente sem fim: decretou-se “Estado de Sítio” e proibição de sair às ruas. Milhares de trabalhadores foram presos, muitas sedes de sindicatos incendiadas, criminosos e gângster pagos pelos patrões invadiram casas de trabalhadores, espancando-os e destruindo seus pertences.
 A justiça levou a julgamento os líderes do movimento, August Spies, Sam Fieldem, Oscar Neeb, Adolph Fischer, Michel Shwab, Louis Lingg e Georg Engel. O julgamento começou dia 21 de junho e desenrolou-se rapidamente. Provas e testemunhas foram inventadas. A sentença foi lida dia 9 de outubro, no qual Parsons, Engel, Fischer, Lingg, Spies foram condenados à morte na forca; Fieldem e Schwab, à prisão perpétua e Neeb a quinze anos de prisão.
 O Dia Mundial do Trabalho foi criado em 1889, por um Congresso Socialista realizado em Paris. A data foi escolhida em homenagem à greve geral, que aconteceu em 1º de maio de 1886, em Chicago.
 Em memória dos mártires de Chicago, das reivindicações operárias que nesta cidade se desenvolveram em 1886 e por tudo o que esse dia significou na luta dos trabalhadores pelos seus direitos, servindo de exemplo para o mundo todo, o dia 1º de maio foi instituído como o Dia Mundial do Trabalho. 
  Como vemos a greve de 1º de maio de 1886 em Chicago, não foi um fato histórico isolado na luta dos trabalhadores, ela representou o desenrolar de um longo processo de luta em várias partes do mundo, a classe operária acumulava várias experiências no campo do enfrentamento. 
   A realidade nos mostra a face cruel do capital em pleno século XXl, a produção capitalista continua a fazer apelo ao trabalho infantil, somente na Ásia, seriam 146 milhões de jovens e adolescentes trabalhando em situações deploráveis nas fábricas, e segundo as Nações Unidas, um milhão de crianças são lançadas no comércio sexual a cada ano. 
  No Brasil embora houvesse alguns avanços na área do trabalho infantil, ainda assim continuam ocorrendo, na região norte e nordeste, jovens deixam de frequentar as escolas para trabalharem em carvoarias clandestinas, nas colheitas e nas atividades pesqueiras.Percebe-se também a diferença salarial existente entre a mão de obra feminina e a masculina numa mesma atividade exercida o homem  chega a ganhar  em média 30% a mais que as mulheres, sem contar o preconceito racial nas ocupações em cargos de destaques, apenas 10%  são ocupados pelos negros e 3% pelas mulheres.
  A situação da classe trabalhadora não é fácil; nesse período houve avanços, mas a nova revolução tecnológica do final do século XX trouxe à tona novamente questões que pareciam adormecidas. 
  A redução da jornada de trabalho, a equiparação salarial em atividades correlatas entre o homem e a mulher, o fim do fator previdenciário para aqueles que ingressarão no mercado de trabalho antes de 1998, estas são algumas bandeira de luta do  movimento sindical  brasileiro, das lutas históricas passadas tornam-se essencialmente importante, como  aprendizagem para as lutas atuais e futuras.    


Parte desse texto foi retirada da historiografia do operariado.
Artigo escrito pelo Profº Rosalvo Silva Filho 
Formado em Ciências Físicas biológicas pela Faculdade Profº José A. Vieira.
Lato Sensus em Saúde e Meio Ambiente pela Universidade Lavras.
Formação acadêmica em Matemática  pela Unioesp.


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